quinta-feira, 18 de abril de 2013

UM OLHAR LITERÁRIO E RELIGIOSO SOBRE AUTO DA COMPADECIDA

Por Professora Carla Freitas 

O Livro Auto da compadecida, Ariano Suassuna, foi apresentado aos alunos do 1o ano da EEFM Dr. César Cals no mês de abril como um documento sobre a sociedade brasileira. Apresenta-se a obra como literatura que retrata um lado burlesco, ou seja, aquele em que a própria figura humana, mesmo vista na sua miserável lida, torna-se engraçada.
Alunas do 1o ano

Destaca-se no olhar literário o foco para ações cômicas, a descrição das cenas que destaca um cenário tipicamente nordestino. Mas merece ênfase mesmo as ações tragicômicas religiosas que fundamentam as tramas desta história, intricada por personagens tipicamente brasileiras, na grandeza de sua fé, na pequenez de pequenos gestos sorrateiros, na ingenuidade e na esperteza da viva inteligência de alguns, na malfadada sina de outros, nas traições habilmente urdidas, no poder de poucos sobre muitos e, sobretudo, na crença da vitória do amor e da justiça divina.

Alunos em discussão sobre a leitura

Auto, como designado no título escolhido por Suassuna, é um tipo de encenação popular, corrente durante muito tempo no nordeste do Brasil, e que se propunha a um ensinamento religioso. Os autos tinham a função de levar ao público as exemplares vidas dos santos, assim como os atos que os dignificaram. O auto obedece a um modelo de composição, uma das formas teatrais e dramatúrgicas, que está muito ao gosto do povo, sua função sendo o de instrumento de catequese, didática pelo ensinamento teológico dos evangelhos, moralizante através do exemplo cristão da vida dos santos.
Encenam-se nos autos, portanto, enredos populares, e no caso brasileiro renovado pelo caudal de elementos indígenas e africanos (lapinhas, pastoris, congadas, etc) e personagens folclóricos eivados do próprio povo.

O auto aqui é da compadecida, porque fala justamente de Nossa Senhora Aparecida, padroeira dos brasileiros.  Compadecida porque se compadece do ser humano.  Escrita pelo dramaturgo e escritor pernambucano Ariano Suassuna, em meados da década de 50, reproduz o modelo de textos religiosos encenados em procissões e átrios de igrejas, como era comum naquele tempo, mantendo-se uma tradição medieval e renascentista que parece ter vindo de Portugal, ou do mundo ibérico.

E para você, querido aluno, qual o seu olhar literário sobre o Auto da Compadecida?  Envie o seu texto para o e-mail: academialiterariacc@gmail.com

Fico no aguardo!  Felizes Leituras!


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